Duas oficiais de Justiça ficaram sob o poder de traficantes, no último dia 31, na comunidade do Areal, em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense. Elas foram ao local para cumprir mandados judiciais e acabaram surpreendidas pelos criminosos. Uma das profissionais relatou o fato em certidão encaminhada à Justiça. A 166ª DP (Angra dos Reis) abriu um inquérito para identificar os bandidos.
No documento, a oficial relata que foi à favela com sua colega por volta das 9h para cumprimento de diversos mandados. Lá, elas estacionaram o carro na esquina da Rua dos Coqueiras com a Rua dos Amigos, na frente da praça principal. A dupla conseguiu cumprir dois mandados, e ao se aproximar do veículo, foi cercada por três homens armados com pistolas. Os criminosos gritavam para que elas deixassem o automóvel e largassem as armas.
Ainda na certidão, a oficial contou que explicou aos criminosos que elas não possuíam armas e estavam ali apenas para cumprir mandados. Alterados, os bandidos tomaram as bolsas, celulares e os mandados das profissionais e resolveram levá-las com eles. Após 1h30 em poder dos traficantes e muita negociação, as oficialas conseguiram ser liberadas sob a condição “de nunca mais nenhum oficial de Justiça entrar no Areal, em rua nenhuma, sob pena de entrar e nunca mais sair”.
Por causa do episódio, a dupla não conseguiu intimar uma pessoa. Nesta quarta-feira, haverá uma reunião no Fórum de Angra dos Reis para debater a violência contra os oficiais de Justiça.
Presidente da Associação dos Oficiais de Justiça Avaliadores do estado do Rio, Rui Batista Martins afirma que os episódios de violência são frequentes, mas os profissionais acabam não registrando o caso.
— Isso é muito corriqueiro, mas não costuma haver registro porque o oficial precisará voltar naquele local para continuar seu trabalho, o que não será possível se ele fizer uma queixa formal — afirma.
Fonte: Jornal O Globo
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